terça-feira, 29 de novembro de 2011




Três pedidos? Posso pedir só um, e pedir para os outros dois reforçarem o primeiro?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Próximo do fim da temporada...

Mais uma vez as coisas deixam para ficarem feias perto do final de ano, como se houvesse tempo, força suficiente para dar a volta por cima, não tenho. Mais uma vez vou encher os bolsos de sementes de uva verde, abraçar um pé de coelho desesperadamente, desejando que o ano seguinte seja de mais doçura e menos amargura. Outra vez, relembrando o ano que se passou, o peito doendo, a cabeça tentando esquecer... não esquece. Vão me desejar coisas boas, que não vão acontecer, por mais que eu acredite. Farei diferente, serei otimista, e para que? Talvez esse ano, mesmo ainda semiacabado, tenha sido de possibilidades que eu não acreditava que poderiam surgir, e surgiram. Assim como foi o ano onde coisas que eu acreditava, morreram.

domingo, 27 de novembro de 2011

Sem título.

Subia enquanto segurava sua mão, um pouco suada, devido o nervosismo. Você está apaixonado? Não, por que a pergunta? Sua mão... Ah, não... sempre acontece isso. Você pensou que eu estivesse... apaixonado? Isso. Não, não, falei sem pensar, desculpa. Na verdade ainda não tinha pensado nessa possibilidade. É? Mas então, você vai me puxar, ou vai me deixar aqui passando frio? Desculpa, acabei me perdendo nos meus pensamentos. Aqui é tão bonito, por que nunca havia me mostrado isso antes? Não é todo mundo que acredita que eu posso chegar no céu, não concorda? As pessoas iriam me chamar de louco. E daí? Você já viu como as pessoas normais se comportam? Elas assistem tanta tv, tantos programas bobos, e nunca, nunca enjoam. Elas leem vários livros, mas não vivem intensamente como a maioria deles prega. Estão sempre dando dicas, conselhos de como aproveitar as oportunidades, mas estão sempre distraídas para novos acontecimentos, novas mudanças. As pessoas normais são deprimentes, você não acha? Então, é isso que estou tentando lhe dizer. Esqueça o que as pessoas pensam, se você tivesse seguido as regras, jamais poderia pisar em uma nuvem, jamais. E você acreditou em mim, como poderia agradecer? Me trazendo aqui mais vezes. Poderíamos ir na sua casa algum dia. Na minha casa? Sim, por que não? Mas eu nunca levei ninguém lá. Ninguém? Não... minha casa é o unico lugar onde eu me sinto bem, é como eu sou. Entrar nela, é como entrar em mim, ver como sou por dentro da casca. Mas já estamos saindo há meses... eu mal sei onde você trabalha. E você sabe muito, acredite. Nunca trouxe ninguém aqui em cima. Então eu sou especial? Claro, você é a unica pessoa que me faz sair de casa em pleno domingo. Que não me deixa com raiva, quando arruma a gravata do meu paletó, mesmo eu sabendo que eu arrumei direitinho. É a unica pessoa que me interrompe, e me faz querer contar tudo de novo, desde o começo. Minhas costas estão doendo... O que? Minhas costas... Ah sim! Vamos sair dessa grama, venha, vou te levar para comer alguma coisa. Aonde? Na minha casa.

sábado, 26 de novembro de 2011

Peça: Aqueles dois.


Hoje assisti a peça "Aqueles dois", baseada no texto do Caio Fernando Abreu. Sou suspeito para falar o quanto gostei, já que como vocês sabem (ou não?), eu sou bem apegado aos textos do Caio. Deve ser por retratarem tanto a minha vida de uma forma menos convencional, habitual. Também, por sempre irem mais fundo. Como se qualquer ida ao psicólogo não valesse merda nenhuma, não tivesse necessidade. A forma como as linhas me pegam é difícil de colocar em palavras, mas me transformam sempre que leio, ou releio. A cada trecho, a cada página virada, Morangos Mofados, O Ovo Apunhalado... Há quem ache que é escrita batida, modinha. De fato, os textos do Caio estão em todos os lugares, realmente atingiu a massa. Mas qual o problema? Quando algo bom atinge um grande número de pessoas, deve-se celebrar. Celebrar a leitura, o conhecimento, a poesia, o amor. Deveriam compartilhar mais livros, ao invés de palavras de ódio. O mundo precisa de pessoas como eu, como você, que deixam o sentimento vir à tona sem freiá-lo, dando passagem, correndo o risco de ser chamado de louco, ouvindo sempre um "cuidado, você vai se machucar". Sempre vai haver dor, feridas novas. E sempre vai cicatrizar. O que não dá, é para deixarmos que o externo atrapalhe o nosso interior desenfreado, sedento por felicidade. Não volta, o que foi... já era, virou pó. A vida nos dá a chance viver um amor tantas vezes... mas quem disse que ela nos dá a certeza de estarmos vivos para viver o próximo? Não é sozinho que os problemas vão ser resolvidos. O trabalho nunca vai te dar uma completa satisfação, nem sempre a família vai te compreender, são coisas que você vai carregar para sempre. No amor não existe "para sempre", existe o "vamos aproveitar enquanto há tempo".

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Se eu soubesse que viria...

Se eu soubesse que viria, teria mudado o arranjo de flores. Novas flores estariam enfeitando a sala. Eu tiraria os copos sujos com resto de nescau no fundo, a poeira dos móveis do quarto. Se eu soubesse, arrumaria a cama, ainda desarrumada de dias atrás. Ainda há roupa suja espalhada pelos cantos do quarto, objetos por todo lugar, fora de alinhamento. Eu: uma bagunça só. Cabelo desgrenhado, roupa amassada, um hálito nada agradável de quem acabou de acordar. Se eu soubesse, mas você não avisa. Abriu o portão, duas voltas com a chave na porta da sala, quinze passos até meu quarto e me pega assim: de qualquer jeito. Me pega assim de qualquer pelos quatro cantos do quarto, por cima dos objetos desalinhados, das roupas sujas, quebrando os copos sujos de nescau. Depois, começa a espirrar. Alergia, poeira. Meus olhos lacrimejam de ver você espirrando. Eu choro. Não, é cisco no meu olho, digo. Cinco minutos depois ainda há lágrima escorrendo a face. Não há mais cisco nenhum. É dor que não aguentava mais ficar enclausurada no peito. Se eu soubesse, teria me preparado psicologicamente, emocionalmente. Mas você nunca avisa, sempre chega sem bater na porta, trazendo sentimentos de volta, aquele tipo de sentimento que eu tento desde pequeno deixar do lado de fora.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Para onde minha vida está caminhando?

Oi, vida, você está me carregando para um caminho bom? Eu estou sabendo escolher as coisas direito? Você sabe do que eu tenho medo, não sabe? Eu tenho medo de ficar só, a sós comigo mesmo. Não, eu gosto dos meus momentos de reflexão, mas assim, geralmente prefiro estar acompanhado. Você acha que eu preciso mudar? Eu estou exigindo demais das pessoas? Eu estou sendo muito carente? Eu ando chorando muito? Eu deveria sentir vergonha de andar de cabeça baixa? Por que eu não consigo ser uma pessoa especial? Eu sou especial? Mesmo? Por que as pessoas não percebem isso? É algum defeito meu? Meu mau-humor? Minha falta de prática na cozinha? Por que as coisas boas sumiram, pararam de acontecer? As pessoas não se importam mais em amar? Cadê a simplicidade? Por que os momentos bons, precisam ser regados de idéias mirabolantes? Desde quando olhar as estrelas virou algo cafona? Amar é cafona? Me diz, é? Eu sou cafona por acreditar no amor verdadeiro? Ou estou acreditando nas coisas erradas, ultrapassadas? O amor morreu nos anos 20? Eu realmente ainda acredito em um mundo melhor, pessoas ajudando as outras pessoas. Isso é impossível de acontecer? Por que é tão difícil ser sincero? Por que as pessoas acham que contando uma mentira, essa mentira alguma hora pode vir a ser uma verdade? É tão estranho as pessoas julgarem minha dor, sem saber pelas coisas que passei... sem saber um terço da minha trajetória. Eu só queria um colo, um abraço. Será que por querer coisas simples demais, eu acabo parecendo exigente? Querer ser amado, é uma exigência realmente tão grande assim? Por que eu não posso simplesmente ter alguns momentos de felicidade? Por que depois de algum momento bom, eu preciso pagar com a dor? Até onde você acha que eu vou aguentar? Até onde eu realmente consigo lidar com tudo isso? Vai ser sempre assim? Eu vou estar sempre pagando pelos momentos de felicidade? Me diz vida, lá na frente as coisas serão diferentes? Eu queria que fossem, eu preciso que sejam, de verdade. Há alguma coisa que eu posso fazer? Faço qualquer coisa, qualquer coisa.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O outono que eu desconhecia.

Não era Outono. Não sei se era verão, inverno, o tempo estava fora de controle. Um dia o calor me fazia andar de bermudas o dia inteiro, e na manhã seguinte procurar o gorro entre as várias roupas nunca usadas no guarda-roupa. Lembro que a luz do sol me entristecia, tanto quanto a escuridão que vinha com a lua. Eu passava despercebido, cabeça baixa, escolhendo frutas maduras no supermercado. E jantava sozinho, uma taça de vinho, macarronada feita às pressas, o cabelo de qualquer jeito. Havia uma barba ainda para ser feita, remédios a serem comprados. Despertador tocando, mais um dia de trabalho. Despertador tocando, hora de tomar o remédio para um resfriado, que não acabava nunca. O chão da sala permanecia sujo, só de pensar em ir até o telefone discar o número da secretária me dava peguiça. A cama desarrumada, lençóis jogados no chão, uma verdadeira bagunça. No quarto e dentro de mim. Não raciocinava, escolhia qualquer coisa. Sofá vermelho, um lustre caríssimo que não combinava com a cor das paredes, os móveis de madeira e a cama de casal vazia, que mal cabia no meu quarto. Então, as folhas caíram. Não sei bem quando de fato elas vieram ao chão, não sei se foi quando me aproximei de você pela primeira vez, ou naquela vez quando você disse que sentia muito a minha falta. Mas elas caíram. E desde esse dia, desde nosso encontro incomum, eu soube que nada seria da mesma forma que era antes do outono chegar... e nunca mais foi.