Todas essas histórias que ficaram pelo caminho ainda me atormentam antes de dormir. Fico pensando no fim que poderiam ter tido caso ambas as partes tivessem continuado, lutado, sem terem desistido na primeira oportunidade. Tanta gente legal me dando bola, e eu fazendo gol contra, jogando para escanteio. Eu sempre querendo entrar onde não caibo, negligenciando as placas de "não ultrapasse" e me arrependendo, tentando voltar no passado e fazer tudo diferente. Colocando expectativas altíssimas em personagens recém-descobertos e desvalorizando as prováveis boas escolhas. Eu sei, eu deveria esquecer e achar que tudo está no seu devido lugar, que as coisas deveriam ter ocorrido dessa forma, que eu estou procurando motivos para explicações que, na verdade, são assim mesmo, sem respostas propriamente ditas. Mas não dá para deixar de imaginar como teria sido se eu tivesse insistido um pouco mais. Como seria se eu não tivesse deixado outra pessoa tentar no meu lugar. E pior, assistir a felicidade dela sem imaginar que ali, ao invés daquele cara, poderia ter sido eu. Em certas situações, eu admito que agi de forma correta, de acordo com o que a minha integridade manda. Em outras, nem tanto, desisti por medo de encontrar aquilo que tanto procurava, desisti por medo de estragar tudo. Antecipação é outro dos meus problemas. O certo também assusta. Eu sei, eu deixei algumas pessoas sem resposta. Sentei no canto da parede e abracei as pernas, quando deveria ter explanado tudo pessoalmente. Mas ninguém entenderia os meus motivos, porque não existiam motivos claramente embasados. Era só medo. E continua sendo medo. É como se eu gostasse de me machucar, e por isso, só tento arremessar argolas onde não há espaço para acertar. Como se algo que começasse errado pudesse dar certo lá na frente, só para que eu escrevesse uma história bonita, dizer que a minha vida não é feita de histórias previsíveis. Nessa de querer apostar em amores cinematográficos, eu continuo aos tropeços. Trazer essa criatividade hollywoodiana para a vida real tem seu preço e eu paguei caro por cada um deles. Enquanto que no filme, um casal se conhece no supermercado e terminam juntos quando sobem os créditos, na vida real você termina sendo o amante sem sequer saber disso. Uma coisa é certa: a vida não imita a arte.
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