quarta-feira, 18 de abril de 2012

Do que você tem medo?

Ele foi rápido, direto e curto: de ficar sozinho, respondeu. Não escrevia à toa, para ninguém ler. Sonhava com o dia em que andaria na rua de mãos dadas. Queria uma foto romântica em Paris. Uma foto com os amigos na Disney. Queria alguém para colocar na discagem rápida do celular. Alguém disponível quase que vinte e quatro horas por dia. Alguém com que pudesse contar. Dia e noite, noite e madrugada. Ver o sol nascer, se pôr, a lua chegar, o céu se fechar e a chuva molhar o seu rosto colado no rosto do outro. Vai dizer que não é perfeito, que não combina? Que ranzinza. O amor foi feito pra mim também, sabia? Mas aí nessa história toda, entra o fator medo. Fator esse que me desestrutura, faz doer. A indecisão, esse não saber como vou estar daqui a alguns anos. Aliás, ao que me consta, há cinco anos atrás eu estava sozinho. Hoje não mudou nada. Viu? Consegue entender a minha angústia? E se daqui a cinco anos continuar tudo do mesmo jeito? As mesmas esperanças fracassadas, as expectativas exacerbadas, as pessoas erradas. Se eu ficar seletivo demais, é capaz da pessoa certa passar e eu nem perceber. Se eu ficar aberto demais, quando ela chegar já vai encontrar tudo aos pedaços. E aí? Arriscar ou preservar? Correr ou ir devagar? Infelizmente, não existe fórmula exata. Não é química, física ou matemática. Longe de mim querer minha cara metade, amor recíproco já me bastava.

Um comentário:

  1. "(...)Longe de mim querer minha cara metade, amor recíproco já me bastava."

    Parece que lê pensamentos.
    Bjs querido
    Att.

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