quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A pior fase da minha vida.

Não sei quando foi que desviei o caminho, mas foi ano passado, disso eu ainda lembro.Talvez tenha sido aquela calça a mais na sacola, a blusa que eu não precisava, os infinitos cosméticos, produtos para espinhas, cabelo, corpo. Tentar ficar mais bonito, acabar com a acne, e ter um cabelo que não beirasse o ridículo custou caro. E não valeu nadinha, hoje eu tenho noção disso. Mas o estrago está feito, e ainda que tenha sido há um ano atrás, me prejudica até o exato momento. Quando uma bola de neve se forma, ou você a arremessa no sol quente, ou sofre as consequências. Achei que ela iria desaparecer com o passar do tempo, mas ela cresceu. E está me tomando por completo. Acabando com a minha vontade de estudar, de trabalhar, de sair de casa, de pensar, escrever, malhar. Acabando com a minha vontade de cantar, amar, viver, sonhar. Esse não é um daqueles problemas que você chama o melhor amigo, e uma simples conversa te faz ver uma luz no fim do túnel. Ninguém pode me ajudar. E aí meu corpo dói. Dores da academia, dores de angústia, dores de tristeza, dor na alma, lá no fundo. É tão grande que não sinto vontade de chorar, ainda que eu faça um certo esforço. Não, eu não tenho quem passe a mão na minha cabeça e diga que vai ficar tudo bem. Não tenho distrações, estou sempre com isso na minha cabeça, o tempo todo. Está difícil acordar, rezar para que eu consiga uma carona, que alguém se sensibilize, que eu consiga chegar na faculdade a tempo de pegar uma aula completa. Não ir a pé. Eu estava lidando com as dores do coração e já achava isso o fim do mundo. Quando todas as outras áreas da minha vida começaram a se encharcar, uma foi infectando a outra, e agora tudo dói. Pele, coração, cabelo, unhas, pêlo. E não adiantou nada bancar o vaidoso, tentar ser bonito. Percebi que ninguém nunca elogiou meu cabelo, quando ele estava bonito e hidratado. Ninguém nunca disse que minha pele tinha melhorado de aspecto, devido os produtos que eu estava usando. Ninguém nunca disse que meu perfume importado era de bom agrado, e nem que academia estava realmente me deixando apresentável. De nada adiantou se envaidecer. Ninguém viu, percebeu, comentou, ligou. E nem que eu plante bananeira no centro da cidade, isso vai mudar. Vai ter que ser sempre eu a me elogiar, me amar, e dizer que eu posso chegar onde eu quiser, do contrário, se for esperar isso de terceiros, eu perco toda uma vida e chego até a morrer.

Um comentário:

  1. Bom dia João...Obrigado pela visita, por me seguir no blog.

    Quanto ao seu texto...entendo oq vc diz qdo reclama de não repararem na sua vaidade...mas cara, faz pra vc mesmo, pra se sentir bonito só pra ti...Ja começa que o povo é tudo invejoso, e qto melhor vc se sente, mais agride quem ta por perto...é a vida...rs..

    seu blog é bom...muito bom, mas posso fazer um pequena reclamação, e depois vc me xinga...a letra cinza com o fundo preto dificultou minha leitura...pronto, agora pode descer o braço...rs

    abração.

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