sexta-feira, 9 de setembro de 2011

E chove na cidade.



Chovia muito forte, era fim de tarde. Eu estava sentado em frente a casa dele, esperando. Acho que esperei por quase duas horas, até ver o seu carro se aproximando. Sem perguntar o que eu estava fazendo ali, me levou para o seu quarto e enxugou os meus cabelos úmidos. Depois, sentados na cama, ele me olha com um certo ar de dúvida, como se estivesse me pedindo para explicar algo, provavelmente, o porque de eu ter aparecido sem avisar. Na verdade, eu não sabia exatamente que motivo dar para ter ido até lá a pé, já que não havia nenhum motivo aparente. Deve ter sido a saudade que me fez percorrer kilômetros, a vontade de ganhar um abraço, necessidade de um colo. Vendo que não obteria nenhuma resposta exata, se aproximou de mim, e levemente colocou seus dedos - um pouco gelados - no meu rosto. Sorrindo, disse que não tinha problema em eu aparecer sem avisar. Já faziam duas semanas desde a última vez que tínhamos nos visto. Haviam planos, sempre haviam planos. Imprevistos começaram a se tornarem rotineiros, mas sempre fomos pacientes, tanto um com o outro, quanto com as outras coisas que nos fugiam o controle. Se você pensar no relacionamento de amor entre o sol e a lua, se dá conta de que nem sempre os dois se vêem, e mesmo assim, eles permanecem juntos até hoje. Parece bobagem, mas se pararmos para refletir um pouco a respeito, até que faz sentido. Naquele dia, eu vi o quanto meu amor era grande, e que mesmo com a distância, ele não havia diminuído. Quando nos conhecemos, eu prometi que nunca deixaria de remar o nosso barco, desde que ele também fizesse o mesmo. Assim irá dar certo, eu disse. E está dando.

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