domingo, 11 de novembro de 2012

A última rodada.

Cava, cava, antes que seja tarde demais. Agarra na mão do primeiro que te oferecer o lugar pra sentar no ônibus. Aceite carona de estranhos, agora não vale mais conselho de mãe. São os últimos minutos, a última rodada, só restam mais duas garrafas de vodka no freezer. O fim do mundo está próximo, menos de dois meses. Troque cem por meia dúzia, se reduza. Suja tua calça branca na lama, o ano novo se aproxima. Saia de casa, de segunda à domingo. Não, a hora de ser romântico já passou, agora não dá mais tempo para comprar flores, o táxi tem pressa. Não é mais permitido escolher demais, qualquer tiro que acerte o alvo já é suficiente. Pouco importa se ele gosta de filmes, ou ela prefere a cor azul. Tira o cinto da calça e manda ver. Nomes depois. Telefones, melhor não. O tempo corre, não espera, ele está bem, não precisa esperá-lo rodar a chave e abrir o portão. Essa preocupação é desnecessária, satisfazer o desejo sexual é o que importa. Foco. Não, você não quer saber se ela se importa. Não perca tempo explicando que você não é pra vida toda, que é coisa de momento, pra ser mais exato, coisa de cinco minutos. Não precisa dizer pra ele não te cumprimentar quando se esbarrar contigo, ele vai entender, uma hora ou outra. Minta se for necessário, se for para chegar onde você quer. Nos classificados do dia seguinte, um desabafo de uma assalariada: alega seriedade durante o dia, e de noite pede pra ser chamada de puta. Quer girar a roleta mais uma vez? Não, eu definitivamente estou fora do jogo.

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