domingo, 6 de janeiro de 2013

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Juro que dessa vez eu achei que seria diferente. Você, você era diferente de tudo que eu já tinha conhecido até hoje. Juro que dessa vez eu achei que eu poderia me desarmar, deixar alguém se aproximar. E eu estava deixando. Aos poucos, mas estava. Mas a gente tem certeza de tanta coisa que não é, né? A gente sempre entra em um mar achando que sabe nadar, mas nunca lembramos das ondas altas que podem vir e acabar com tudo. Assim, em questão de segundos. Afogando todas as palavras que foram ditas, e qualquer tipo de sentimento que poderia estar crescendo. Juro que dessa vez, eu achei que não haveriam ondas assim. Eu sei que lá no fundo você quer continuar, mas não sabe como. Na verdade, você não sabe quando. Se agora é a hora certa, ou se seria melhor deixar pra daqui uns dias. É tão... ruim. Não se culpe, eu sei que dói em você também. Eu sei que você gostaria que as coisas fossem diferentes. Me sinto tão impotente, insuficiente. Eu queria tanto que você ficasse. Eu queria tanto que a gente voltasse no dia vinte e sete, que o tempo parasse ali. Ou então que o tempo parasse enquanto estávamos ali abraçados no sofá, ou conversando sobre o futuro. Parecia tão certo. Olhar lá na frente e não saber mais se você vai estar lá dói tanto. A certeza saiu de lugar para entrar a dúvida. E nada machuca mais do que uma incerteza. Ao mesmo tempo eu te acho tão doce por se preocupar comigo. Eu queria tanto que você se livrasse das suas bagagens emocionais e achasse um lugar no seu coração onde eu pudesse me instalar. Nem que fosse um quartinho de pensão. Não ligo para palacetes ou banheira de hidromassagem. Você, apenas você me seria suficiente. Assim, com todos os defeitos e qualidades. Com toda a sua teimosia e confusão. Sinto como se já estivesse habituado, como se já tivesse a quem recorrer quando os trovões começassem a gritar lá fora. E agora? Levantar, tomar café, procurar continuar seguindo, desacostumar com as mensagens, as ligações, os abraços, os beijos, as promessas. Esquecer todo o futuro que havíamos criado. Recriar. Recomeçar. E deixar que a dor se dissipe. É, agora eu sei porque chove tanto.

Um comentário:

  1. As pessoas são previsíveis, uma coisa elas vão fazer, ainda que nos ame, um dia elas vão fazer: nos decepcionar. Devemos então, avaliar se merecem uma desculpa ou o esquecimento. Pessoas vão nos magoar, não são perfeitas, mas também vão nos fazer felizes.

    Bjs
    Att

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