terça-feira, 7 de agosto de 2012

Me ensina a sambar?

Chegou de mansinho, pôs a mão na minha cintura e começamos a rodar. E samba assim juntinho é? Eu pensei. Rodamos no meio do palco, no meio da rua, no meio da sala, no meio do quarto: entre quatro paredes vale tudo. Vale arranhão sem pudor, cambalhota e gargalhada, por que não? Sexo é despretensão, é arrancar do corpo as dores do dia, é inventar histórias pra marca no pescoço, é despir o outro lentamente, ferozmente, não importa: sexo é diversão. Mas e aí, vai me ensinar a sambar? Coloquei o meu pé sobre o outro pé, mão em volta do pescoço, olho no olho, pôs a mão na minha cintura e começamos a ensaiar. Juntinho? Isso é valsa, eu pensei. Dois pra lá, dois pra cá. Eu virava um copo de uísque e tu de refrigerante. Um medo de amar que doía o peito. Falou pra eu não me preocupar. E eu sentia uma segurança, tanta segurança que largava as mãos e fechava os olhos. Os pés não, esses ficavam fincados no chão. Querendo ou não, meu bem, a gente tem que arriscar, aceitar, dizer sim, confiar. A vida trata de ensinar de forma dura quem não sabe nadar. Olhava de forma doce, sua mão macia acariciava meu rosto. Não sabia se fazia parte da coreografia, ou se eu deveria pedir pra parar. Parar nunca, parar jamais, de hoje em diante eu só sigo em frente, só volto se for pra avançar um pouco mais. Só vou amar se for de corpo e alma, até o meu último fio de cabelo: Hein, mas e aí, me ensina a sambar?

Um comentário:

  1. Você cita meu blog ai do lado esquerdo, na sua lista de leitura obrigatória.. Muito obrigada. Acho que não tinha agradecido ainda por isso.

    *

    Seus textos são sempre os melhores.. Nunca sei e nunca saberei se consigo escolher um preferidoo... lindooooo tudoooo...

    Aprende logo a sambar, menino.. rsrs
    Bjs
    Att

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