terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Até que um dia você suma.


Sumi porque já não nos resta assunto para botar em dia. Sumi para não ter que atender as suas chamadas ou esbarrar com você no caminho para o trabalho. Sumi porque você está feliz, lidou bem com tudo, bem o contrário de mim. Sumi porque só me resta sumir. Ser obrigado, não ter outra opção. Sumi porque por perto não iria conseguir esquecer. Ficar seria lembrar-se de tudo todos os dias. Sentir o gosto de bala de menta na língua, o cheiro do teu shampoo no meu travesseiro. Ficar seria te ter sempre por perto, mas sem poder tocar. E qual é a graça de conviver com alguém que não podemos ter? Sumi, e mesmo sumindo, ainda te vejo todo santo dia. Ao acordar, na hora de dormir. Não adianta sumir. Mesmo sumindo eu olho no espelho e me vejo usando sua camiseta. Mesmo sumindo me pego lendo um trecho do livro que você me deu. Eu sumo, mas as memórias não. No final de tudo, quem deveria sumir não some. E em contrapartida, aparece uma opção: desistir de sumir. Não mudar mais para o outro lado da rua quando você estiver vindo, ou rejeitar suas ligações. Até que uma hora eu me acostume. Até que uma hora eu não me pegue mais te ligando quando algo de novo acontecer. Até que um dia eu não me pegue lembrando-se de ti antes de dormir. Até que uma hora você suma, mesmo sem sumir. 

Um comentário:

  1. João, vou dizer... gosto bastante do que escreves. Descobri o seu blog por um acaso e agora nem por um decreto eu deixo de seguir. Bjs e por favor, não suma. rsrs
    (◕‿◕✿)

    Att: Claudinha
    http://jogandoconversas.blogspot.com
    Quem sabe eu não receba a sua visita.

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