domingo, 24 de junho de 2012

Procura-se por pessoas inteiras...


Procura-se por pessoas de carne, osso, ombro, pescoço e coração aberto. Procura-se por pessoas destemidas, dispostas a correr riscos, a dar o coração na mão de estranhos. Dispenso pessoas com peças em manutenção, beiradas roídas, amor dividido, transbordando em dúvidas e incertezas. Não quero sobras, ninguém vive delas. Eu quero o show inteiro, toda a atenção, menos do que isso devia ser crime. A verdade é que já não se encontra mais pessoas inteiras. É cada vez mais comum encontrarmos pessoas vivendo uma vida pelo meio, alguns sentimentos aqui, outros no passado. Se denominam sozinhas, livres, mas há sempre um motivo no antes que atrapalha o agora. É uma decepção amar tanto alguém, e descobrir apenas meses depois que há tanta coisa faltando, que há tanta coisa sendo feita preguiçosamente e dita de forma forçada, como se houvesse um roteiro escondido no banco de trás do carro ou colado no teto do quarto. Se não for pra sonhar junto comigo, ser pista de pouso, abraço no final do dia depois do trabalho, eu não aceito. Não me dedico por quem não tem coragem de ligar perguntando se eu estou bem, com vinte e dois já vivi mais do que muitos imaginam, sei o que eu quero e o que eu não quero. Procuro por pessoas inteiras: ou toca, ou não toca.

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