sábado, 16 de junho de 2012

Se você o ama, dê tudo de si.

Fecha os olhos, eu tenho uma surpresa. O que é? Fica quieto rapaz, se não estraga. Posso abrir? Não. Nem a porta? Ah, a porta sim, é claro. Cuidado com o degrau. Já posso abrir? Sim, pode. Nossa... você fez isso tudo? Sério? Sozinho? Alguém te ajudou? Não acredito, tem até velas! Ele jogou a bolsa no sofá da sala e ficou fotografando a mesa, provavelmente para postar no facebook mais tarde. Nunca fui muito fã dele postar - quase - tudo que ele faz (ou que nós fazemos juntos) nas redes sociais, mas depois de uma conversa ele até que tem postado menos. E aí gostou? Muito! Há duas semanas você disse que gostaria de aprender a cozinhar, lembra? Eu fiz um curso bem rápido e aprendi a fazer isso aí que você está vendo na mesa. Eu fiz o curso porque eu quero ficar mais perto de você. Como assim? Bem, agora eu posso te ensinar, assim a gente não precisa ficar longe um do outro na hora do curso, entendeu? Mas e seu trabalho no interior? Eu pedi transferência. Bem, aqui eu vou receber um pouco menos, mas nada que me fizesse reconsiderar a ideia. E por que você está fazendo isso? Porque a gente tem estado longe. Eu me sinto longe, e consequentemente você vai me sentir longe também. Mas eu entendo... é seu trabalho. Eu sei que você entende, e todos os dias eu te agradeço por isso, por você ser sempre tão compreensível. Só que sinto sua falta do meu lado quando estou no interior trabalhando, e de noite quando ouço sua voz no telefone, dá vontade de vir correndo e te agarrar assim que você abrir a porta. E eu mudo minha rotina por você, se precisar, se for pra ficar mais juntinho. Você cedeu quando saiu de casa por minha causa, porque seus pais não aceitavam o nosso namoro. Você merecia que eu cedesse também. Porque quando a gente ama alguém de verdade, nós sempre aprendemos a ceder um pouco, a mudar o que for mutável, a pegar atalhos, aprender a chegar mais cedo em casa, o caminho mais curto. Quero chegar em casa todo dia e te pegar acordado, nem que seja levemente acordado, pra gente terminar de assistir o jornal grudadinho, brigar pelo cobertor, pedir para o outro se levantar para apagar a luz. Chegar em casa e ver você dormindo também é lindo, mas é mais lindo ainda quando eu te assisto pegar no sono. Isso não é um sonho, é? Não sei, mas por via das dúvidas, não me belisca. Te amo, dorme bem.

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