sexta-feira, 9 de março de 2012

Café sem açúcar.

Daqueles que amargam na boca. É assim que eu venho me sentindo há alguns dias. Eu até tento esboçar um sorriso, mas logo sou descoberto: O que é que você tem, João? Eu tenho uma penca de coisas, só não tenho como conversar sobre isso agora. Nem sei se vou poder falar sobre isso algum dia. Cada vez que o telefone toca, meu coração aperta. Não venho recebendo notícias boas, não sei como contorná-las e nem como dividi-las com as outras pessoas. Uma vez que espalhar o problema não arranja solução, qual seria o propósito? O problema não é o problema, é o modo como ele está me afetando que me preocupa. Estou ácido, amargo, pouco tolerante, com o pavio curto. Uso de qualquer trecho mal dito para elaborar uma briga, discussão. Me afastei por opção. Hoje eu só quero acordar, cumprir as tarefas do dia e dormir, finalmente, dormir. Coloquei qualquer chance de relacionamento em caixas e decepcionei pessoas sem que fosse minha intenção. Infelizmente eu não venho conseguindo medir o que eu falo, não sei se vou ser bem entendido ou não, eu apenas falo e pronto. Depois do estrago... ah, fazer o que? Prefiro ficar quieto em casa, do que sair na rua e ver as pessoas felizes. Felicidade alheia é algo que anda me incomodando. Virei um caco de vidro pontiagudo, por isso ando isolado de tudo, com medo de que algum inocente se corte. Agora me pergunta se alguém entende o que está acontecendo comigo? Ninguém entende.

5 comentários:

  1. A gente se desgasta e se desperdiça assim. Amargos, cansados e sempre atentos a nossa própria dor e solidão. Já andei meio assim e sei que não adianta explicar, ninguém entende mesmo, porque tudo parece perfeito pra quem vê de fora, inclusive, de uma maneira ainda mais forte sobre os mais velhos. "Aproveita essa juventude, menino." Uns podem gritar e achar fácil demais ecoar a frase, mas essa coisa de solidão em plena sexta-feira reflete bem o quanto o nosso corpo está cansado de tentativas em vão.
    E que não nos desperdiçamos mais, que sejamos mais felizes. E mesmo que façamos uma pausa, mas que depois consigamos retornar, porque se arriscar a cortar alguém ou a se machucar é do relacionamento humano. Seremos decepcionados, decepcionaremos.. É assim que é. Só não devemos desistir jamais. Parece meio clichê, mas é meu sincero pensamento.
    Sinta-se abraçado por mim.. Bjs
    Att.

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    1. É. Estou dando uma pausa para retornar. Tomar fôlego antes de continuar, sabe? Obrigado pelas palavras!

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  2. Não vou usar de uma psicologia do senso comum com você João, é realmente complicado entender alguns momentos quando o estamos vivenciando mesmo...
    Creio que nesses momentos se reservar se cuidar e dar um tempo de N coisas é importantíssimo para que quando esse sentimento for passando de uma certa forma seja mais fácil encarar as pessoas sem nenhuma bagagem de conflitos e irritações , parar pra pensar e “ficar na sua” deve ser a melhor alternativa mesmo, ou estamos errados...?
    Grande Abraço!

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    1. Tens razão, é isso que estou fazendo: ficando na minha. Como não posso viajar, me isolar em um sítio, tento me distanciar - mesmo estando próximo - como posso. =/

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  3. eu sempre achei que dividir o problema com um amigo não é jogar merda no ventilador, e sim ver que alguém pode dar um pedacinho do ombro pra gente. mas como eu não tenho amigos, e nem eu consigo me entender... fico implodindo tudo e fico doente.
    a felicidade dos outros só incomoda a gente quando a gente não está bem, quando falta algo ou alguém. acho que por isso a felicidade alheia sempre me incomdou, rs.

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